Em um cenário de crescente escassez hídrica global, o Brasil, embora conhecido por sua vasta disponibilidade de recursos hídricos, enfrenta sérios desafios quanto ao uso consciente e à distribuição equitativa da água. O país detém cerca de 12% da água doce do mundo, mas enfrenta paradoxos alarmantes: enquanto algumas regiões são abundantes, outras sofrem com secas severas e escassez crônica de água potável.
Este ano, em especial, as mudanças climáticas têm afetado drasticamente, não só sertão nordestino, mas outras regiões do Brasil. Já são 16 estados, mais o Distrito Federal, que estão enfrentando uma seca sufocante com baixas umidades e incêndios. Porém, todos os estados brasileiros enfrentam algum tipo de consequência devido à seca. Segundo medição do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), este ano as chuvas estão bem mais escassas do que os dois últimos anos e segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), este ano o país experimenta um aumento de 78% nos focos de incêndios, em comparação ao ano passado.
De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o Brasil desperdiça aproximadamente 38% de sua água tratada devido a vazamentos, roubos e falhas em infraestrutura. Isso representa um prejuízo não apenas econômico, mas também social e ambiental, afetando diretamente a disponibilidade de água para milhões de brasileiros.
Além disso, um estudo da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) revelou que, em 2022, mais de 35 milhões de brasileiros não tinham acesso à água tratada em suas casas. Em regiões como o semiárido nordestino, a situação é ainda mais crítica, com muitas famílias dependendo de fontes inseguras como açudes ou até mesmo da coleta de água da chuva, que muitas vezes é armazenada sem tratamento adequado, aumentando o risco de doenças.
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