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Óleo de babaçu vira combustível para melhoria na vida de mulheres sertanejas em Miguel Calmon (BA)


Com propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias reconhecidas e bastante usado na produção de cosméticos, de medicamentos e na alimentação, o óleo de babaçu tem uma outra capacidade que tem sido usada na cidade de Miguel Calmon, na Bahia: virou fonte de renda para as mulheres sertanejas atendidas pelo Instituto Água Viva (IAV). E tem feito muita diferença na região.


“As atividades efetivas de extração de óleo e comercialização começaram no mês de fevereiro de 2022. O projeto de geração de renda visa usar potenciais das regiões onde é a implantação do projeto”, explicou Dilson Ney dos Santos, coordenador das ações do Pilar de geração de renda em Miguel Calmon e Jacobina.

Como acontece em grande parte do Semiárido, a região de Miguel Calmon possui uma enorme quantidade de palmeiras de babaçu e de licuri e consequentemente um grande potencial de geração de renda para as mulheres quebradeiras de coco.

A partir disso foi montada uma fábrica para extração de óleo tanto do babaçu como do licuri. “Sabendo que o potencial de crescimento do consumo de produtos naturais no Brasil é de em média de 14% ao ano, vimos essa possibilidade de atender esse mercado e consequentemente valorizando o trabalho árduo dessas mulheres agregando valor ao seu produto”, acrescentou Dilson Ney, que também é presidente da cooperativa.

O projeto está situado no povoado de Laranjeiras, na zona rural de Miguel Calmon, e possui uma unidade de extração equipada com uma prensa extratora a frio, um filtro e uma máquina para quebra do coco de licuri.

Cooperativa

Na sua forma organizacional, o Instituto Água Viva optou pela criação de uma cooperativa, fortalecendo o conceito da união e o espírito de dono entre os participantes. Atualmente, são beneficiadas, direta e indiretamente, 310 pessoas em sete comunidades alcançadas. Mulheres representam 88%, entre integrantes de comunidades quilombolas, assentadas e tradicionais.

O trabalho obedece a uma ordem determinada. Semanalmente, é realizada a coleta das amêndoas de licuri e babaçu nas casas das mulheres cooperadas. Na sede da cooperativa, outro grupo faz a limpeza e classificação das amêndoas para serem prensadas.

“A inclusão dessas mulheres na economia local e que já tem tomado proporções em nível nacional, gera um impacto socioeconômico que vai além da vida dessa mulher. Além de sua família, também fortalece a comunidade local”, celebra Ney.

Impactos

Os impactos desse trabalho são tão diversos quanto as aplicações desses óleos naturais. O projeto de geração de renda levou ao desenvolvimento econômico local, com um resultado positivo direto nas condições de vida das comunidades envolvidas, reduzindo a pobreza de forma eficaz e melhorando a qualidade de vida.

A maior repercussão, porém, é o socioambiental, especialmente porque se trata da inclusão das mulheres quebradeiras de coco e da preservação do meio ambiente. “A extração dos óleos é feita através de extrativismo sustentável, em que não há uso de pesticidas ou de qualquer produto químico em toda cadeia do processo, desde a coleta até a prensagem”, detalha o presidente da cooperativa.


Educação

Levar essa consciência para as gerações futuras é uma grande preocupação do IAV. A educação ambiental é desenvolvida com os filhos dos cooperados e crianças da rede escolar do município, tem desempenho fundamental na conscientização e no engajamento na proteção do meio ambiente.

São promovidas visitas de alunos das escolas do município à fábrica, onde conhecem as medidas adotadas para reduzir os impactos negativos da ação do homem ao meio ambiente. Nessa visita realizada pelas crianças, elas conhecem o plantio de mudas das palmeiras de licuri e babaçu.



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